Por que fenômenos como aparição de espíritos, vozes desconhecidas e mesmo objetos que se movem são tão comuns em nosso país? "Essas atividades paranormais acontecem sem qualquer programação. É como se fosse uma energia em movimento, que pode ser usada, por exemplo, para que o mundo espiritual contate uma pessoa daqui", diz Rosa Maria Jaques, investigadora e sensitiva, fundadora do grupo Visão Paranormal – também conhecido como Caça Fantasmas Brasil –, que, desde 2010, já contabiliza mais de 100 casos sobrenaturais analisados em vários estados brasileiros. Além de usar aparelhos para fazer a 'tradução' dos fenômenos, Rosa também diz ter o dom de se comunicar com os mortos. "Sou vidente desde os seis anos".
O segundo caso que fomos analisar está ligado à Mina do Chico Rei, um dos pontos turísticos da cidade histórica. A área de mineração desativada recebeu esse nome em homenagem a um escravo, que teria vindo da África, onde era rei de sua tribo. Em Minas, apesar das dores do trabalho forçado, Chico Rei conseguiu juntar dinheiro e adquirir a mina de ouro. Com o metal precioso, libertou vários de seus conterrâneos, além de ter contribuído para a decoração da igreja de Santa Efigênia. Dentro da mina, que é uma propriedade privada, dizem que ainda residem os espíritos dos escravos que ali morreram, ao tentar levar embora um pouco de ouro, para pagar a carta de alforria.
"Ouro Preto é uma cidade que foi construída em cima do poder, do dinheiro, da falta de humanismo (com respeito à escravidão). Isso ficou marcado na região, e ainda vai levar um tempo para diluir", explica a sensitiva Rosa Maria. Durante nossa investigação, ela teria contatado diversos espíritos, incluindo o suposto fantasma do menino da república Maracangalha e, ainda mais intrigante, o do próprio Chico Rei, dentro de sua mina.
Nem todos concordam com essa visão dos fenômenos paranormais. É o caso de Márcia Cobero, professora e diretora do Instituto Padre Quevedo de Parapsicologia. Ela explica que essas manifestações consideradas sobrenaturais, na verdade, estariam relacionadas a atividades mentais de pessoas vivas: "O corpo humano possui diversas formas de energia, incluindo a eletromagnética, no cérebro. Além disso, é possível exteriorizá-la, para atuar numa área de até 50 metros ao redor da pessoa". Seu instituto, fundado há 44 anos pelo padre jesuíta Oscar González-Quevedo, mais conhecido como padre Quevedo – hoje está aposentado –, é especializado na análise de assuntos polêmicos como demonologia, espiritismo e curandeirismo. "Tudo indica que os próprios investigadores paranormais influenciam nos aparelhos que utilizam.
Os membros do Visão Paranormal não concordam com o pensamento da parapsicóloga. "Para nós, as provas geradas pelos equipamentos não são tão importantes quanto a paranormalidade da Rosa. O que ela está vendo e quais informações traz do mundo sobrenatural é o que valem", afirma João Tocchetto. Sua esposa concorda, e explica que falta 'sensibilidade' aos cientistas e pesquisadores: "Eles são estudiosos, não possuem a sensibilidade aflorada a ponto de terem a vivência no assunto. São racionais. Não têm o potencial paranormal suficiente", diz Rosa Maria Jaques, que também é escritora e possui cinco livros editados.
Assista, abaixo, à matéria da TV Encontro: