Uma descoberta feita por uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) pode abrir novos caminhos no estudo de seres microscópicos.
O organismo foi isolado pela equipe de pesquisadores e transportado para o laboratório na época da descoberta, porém, só agora os estudos sobre o vírus foram concluídos, como explica o professor Jônatas Abrahão: "É um estudo complexo, por se tratar de uma estrutura com DNA extenso, maior do que as dos vírus mais comuns". O pesquisador diz ainda que a Amazônia foi escolhida como destino da expedição científica que terminou com a descoberta do vírus gigante, por ser um dos mais importantes e completos biomas do planeta.
Com relação à possibilidade de o samba vírus causar doenças, principalmente em seres humanos, o pesquisador explica que ele pertence à classe dos mimivirus, que têm estrutura semelhante à dos organismos responsáveis por problemas respiratórios, como a pneumonia: "Verificamos que o samba é capaz de se multiplicar em células humanas, mas nos testes que realizamos, ele não causou nenhuma doença".
Na avaliação de Jônatas, o trabalho feito junto com sua equipe deixa um grande legado para a ciência, sobretudo no que diz respeito à geração e compartilhamento de conhecimentos sobre os chamados vírus gigantes. Aliás, após a publicação do estudo nas principais revistas especializadas, a equipe vêm recebendo diversos convites – do Brasil e até do exterior – para palestras sobre o tema.
Confira um comparativo do tamanho do vírus gigante com outro, comum (em nanômentros, ou seja, um milhão de vezes menor que 1 cm):