Pensando em aproveitar a atenção do mundo, que estará no Brasil, por causa da Copa do Mundo, três sócios mineiros resolveram, no início do ano passado, criar o Homestay Brazil. Selecionado pelo programa de aceleração de empresas startups de Minas Gerais, a Seed, iniciativa que incentiva todo tipo de empreendedorismo criativo, o portal também é considerado, pela prefeitura de Belo Horizonte, como indicação oficial para quem busca hospedagens alternativas, em residências.
O co-fundador da empresa, Leonardo Neves, comemora o interesse dos brasileiros de serem anfitriões, mesmo desconhecendo, em princípio, o funcionamento do empreendimento. "Estamos com uma média de 40 anfitriões se cadastrando por dia em nosso site. Muito em razão da Copa do Mundo. As pessoas estão descobrindo o que é a prática do homestay e estão aderindo, mesmo sendo uma novidade por aqui. É inegável que o retorno financeiro que um anfitrião pode ter é um fator que motiva bastante", explica.
Para os interessados, a primeira pergunta que vem à mente é: será que é seguro tanto para quem oferece o serviço quanto para quem quer se hospedar? Os responsáveis pelo negócio dizem que sim. "Existe um processo financeiro que também garante a segurança.
Apesar da empolgação com a parte financeira, Leonardo destaca que alguns hóspedes têm exagerado na hora de estipular o preço da diária. Enquanto em BH a orientação é de que o valor seja entre 100 e 150 reais por pessoa – chegando a cobrar até um pouco mais caro se o imóvel for localizado perto do Mineirão –, alguns anfitriões estão praticando um preço tão alto quanto o cobrado por hotéis. Porém, isso atrapalha a essência da prática de homestay. "Tivemos retorno de estrangeiros e muitos estão falando que o serviço oferecido por algumas pessoas é tão caro quanto o dos hotéis. O que a gente tem feito é orientar nossos anfitriões a praticar preços razoáveis, viáveis para um viajante pagar, e que ainda seja lucrativo".
Mineiros engajados
Apesar de a maioria dos mineiros não terem ficado nada satisfeitos com os jogos que o Mineirão irá receber na fase de grupos da Copa, BH é uma das cidades em que mais anfitriões fizeram cadastro no serviço oferecido pelo Homestay Brazil: 812 imóveis inscritos e 370 reservas feitas por turistas nacionais e internacionais.
No primeiro lugar entre os países que mais procuram a capital mineira para se hospedarem em residências estão os colombianos, que representam 39% da ocupação. Eles estão na frente do Brasil (22%), da Argentina (12%), da Inglaterra e dos Estados Unidos, que estão empatados com 11% cada. Curiosamente, a cidade mais procurada pelos turistas tem sido Cuiabá, com 233 solicitações de reserva, enquanto o número de anfitriões disponível é de apenas 95. Apesar de o número de solicitações de reservas em Cuiabá ser menor que o de BH, em termos absolutos, a taxa de ocupação da cidade mato-grossense é muito maior, já que o número de solicitações de reservas por anifitrões cadastrados é de 2,45, enquanto na terra do pão de queijo essa proporção é de 0,46.
Entretanto, isso não é motivo para os anfitriões de BH desanimarem. De acordo com a prefeitura e com o co-fundador do Homestay Brazil, o número de turistas que devem chegar à cidade sem ter lugar onde ficar pode ser grande, principalmente nas oitavas de final e nas semifinais da competição, quando haverá a definição de quais países disputarão a fase de mata a mata na cidade..