Essa doença é muito conhecida entre os humanos, mas pouca gente sabe que ela pode afetar também os felinos.
Há um ano, o gato de Gisele Marques passa por tratamento e está respondendo bem aos medicamentos. O pet, que hoje está com quatro anos, demorou para manifestar a doença, o que serve de alerta para quem também tem um bichano em casa. Outro ponto que se deve levar em conta é que a transmissão da leucemia felina se dá entre gatos que vivem juntos, especialmente entre os de mesma família, diz a médica veterinária especialista em felinos, Myrian Iser: "A doença é transmitida entre os bichos que lambem uns aos outros. Por isso, pode ser transmitida para os animais ainda novinhos".
Se essa doença típica dos homens, é uma novidade para muita gente, quando relacionada ao mundo dos felinos, imagine, então, quando se fala de outra, uma das mais severas entre os humanos, e que também acomete os gatos: a síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids). Como a transmissão desse vírus é feita através do sangue, o mais comum é que ela afete os gatos que brigam, como explica a médica veterinária. A doença se instala quando os animais se machucam, mesmo que com pequenos arranhões. Tanto a leucemia quanto a Aids dos felinos não podem ser transmitidas às pessoas. Ou seja, não prejudica em nada a nossa convivência com os bichanos.
De acordo com a especialista, as duas doenças são específicas da espécie, mas apresentam sintomas semelhantes ao dos humanos: "São causadas por dois diferentes tipos de retrovírus, pertencentes ao gênero dos oncornavírus e ao gênero dos lentivirus . O FIV pertence à mesma família do vírus causador da Aids humana”, explica.
A FIV, ou Aids felina, é muito parecida com a dos humanos, pois a progressão dos problemas que gera no sistema imunológico do animal é mais lenta.
A especialista afirma que a média de gatos no Brasil portadores da Aids felina é de 12%, e com leucemia são 40%. A estatística pode variar de acordo com a região, claro. Em Belo Horizonte, de acordo com uma pesquisa feita pela UFMG, em 2011, 48% da população felina na cidade era portadora da FeLV.
Saiba mais:
FeLV(vírus da leucemia felina)
- Sintomas: a leucemia gera infecções secundárias, alterações hematológicas e até neoplasias (crescimento descontrolado de células). Outros sintomas são a perda de peso, atrofia muscular e alterações comportamentais.
- Prevenção: vacina a partir de dois meses de vida
- Expectativa de vida: três anos
FIV (vírus da imunodeficiência felina)
- Sintomas: na fase inicial, caracteriza-se por febre, aumento dos gânglios linfáticos e de problemas com infecções intestinais e cutâneas por um período de 4 a 6 semanas após o contagio
- Prevenção: evitar contato com outros gatos de rua
- Expectativa de vida: 10 anos