Segundo o coordenador-geral de média e alta complexidade do Ministério da Saúde, José Eduardo Fogolin Passos, o tenecteplase – princípio ativo do trombolítico que será usado no Samu – é um medicamento aplicado de forma muito simples. Mesmo assim, as equipes serão treinadas. "O infarto é a obstrução, o entupimento da artéria coronária, a do coração. A partir do momento em que a artéria entope, o músculo para de funcionar, o coração para de funcionar e a pessoa pode ter uma parada cardíaca. Com esse medicamento, o trombo se dissolve na hora, e o órgão volta a ter circulação", explica Fogolin.
Para o coordenador-geral, se o sistema de atendimento levar menos de uma hora para desobstruir a artéria do paciente, há 15% de risco de morte. Caso a desobstrução ocorra em até duas horas, o risco de morte pode dobrar. Fogolin citou estudos segundo os quais cidades que usam esse medicamento no sistema móvel de atendimento podem reduzir em até 17% o número de óbitos por infarto.
Quando o paciente escapa da morte depois de um infarto, ele ainda pode ficar com sequelas, como insuficiência cardíaca, devido à perda de um músculo cardíaco, situação que o trombolítico também pode evitar.
Todas as ambulâncias do Samu que tenham médicos, e até mesmo embarcações e o atendimento aéreo da rede pública de municípios que aderirem ao sistema receberão verba para comprar o medicamento. De acordo com José Eduardo Fogolin, as equipes do serviço de urgência passarão por treinamento para uso do medicamento. A partir da publicação da portaria, que pode acontecer ainda esta semana, as prefeituras já poderão aderir e receber a verba para a compra do trombolítico.
Em 2012, foram registradas 84.157 mortes por infarto agudo do miocárdio. O Ministério da Saúde espera que, com o medicamento, o Samu possa salvar até 8.368 pessoas por ano. O custo do medicamento para todo o Brasil está estimado em R$ 8,5 milhões.
(com Agência Brasil).