A carga útil, denominada estágio propulsivo a propelente líquido, utiliza etanol e oxigênio líquido, como explica o coordenador do projeto, coronel-aviador Avandelino Santana Júnior: "O que estamos tentando obter com este voo são dados do desempenho do motor em elevadas altitudes e condições de ambiente espacial". Ele lembra que esse sistema já é conhecido pelos cientistas da Aeronáutica e que já foi testado em laboratório.
O objetivo da "missão" – na verdade o foguete é lançado em direção ao oceano Atlântico – é a utilização futura do combustível líquido menos populente para o lançamento de satélites, suportando pesos maiores e alcançando altitudes mais elevadas. Até então, os lançamentos de espaçonaves em solo brasileiro eram feitos apenas com propulsores sólidos (mistura de nitrato, carbono e enxofre, quase uma pólvora). "Os maiores satélites colocados em órbita são por meio de motores com carga líquida, mas, até então, o país não dominava essa tecnologia. Com ela, temos a vantagem do desempenho e de operações com maior precisão", explica o coronel.
Segundo ele, serão abertas novas possibilidades no desenvolvimento de motores e na aplicação em outros veículos aeroespaciais brasileiros. O voo do VS-30 deve durar em torno de dois minutos e não haverá recuperação da carga útil.
(com Agência Brasil).