Os brasileiros passaram a ficar apreensivos, com medo de essa séria doença chegar até nosso país, ainda mais depois que um africano foi encaminhado para o hospital assim que desembarcou em São Paulo, no dia 2 de agosto deste ano, com suspeita de contaminação por ebola. Mas, de acordo com o Ministério da Saúde, a suspeita foi descartada e o diagnóstico do passageiro foi de infecção urinária.
Para o infectologista e professor da faculdade de medicina da UFMG, Unaí Tupinambá, os sintomas de febre, dor muscular e nas articulações, e o fato de o passageiro ter vindo de uma região epidêmica, com certeza, foram o motivo de se chegar a essa suspeita. "A conduta foi correta, ele estava com febre. Mas não há motivo para pânico", diz.
Além disso, o especialista explica que o modo de contaminação do vírus ebola é outro fator que dificulta que a epidemia atravesse as fronteiras africanas. "Ele é transmitido por secreções ou por contato com animais infectados, como macacos e morcegos, na África. Não se pega pelo ar, como foi no caso da gripe suína (H1N1)", explica o infectologista.
Em 2009, os primeiros casos de gripe suína foram registrados no México e logo a epidemia se espalhou para os Estados Unidos e Canadá, chegando até aos países latinos como o Brasil. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 207 países e territórios tiveram casos da gripe notificados em laboratório.
Ebola
O vírus é transmitido por fluídos corporais como urina, suor ou sangue, além de ser adquirido através do contato ou ingestão de animais infectados. A doença se caracteriza por uma febre hemorrágica, que ainda não tem cura, e não existe vacina para sua prevenção. Alguns dos sintomas mais comuns são febre alta, vômitos, dores musculares, diarreia e hemorragias. A mortalidade chega a 80% dos casos, e se deve, normalmente, à falência múltipla dos órgãos..