Na opinião do médico, antes de tudo é fundamental saber há quantos anos o paciente foi submetido à ligadura dos ductos seminais. "Quanto mais tempo, menores são as chances de sucesso. Outro fator importante a ser considerado nesse caso é a idade da parceira, já que a fertilidade feminina também cai abruptamente depois dos 35 anos". Embora existam dificuldades técnicas que podem comprometer a vasovasostomia, quando bem indicado, o procedimento costuma resultar na restauração dos espermatozoides em 90% dos casos, com taxas de gravidez entre 44% e 60%.
Independentemente da idade, Borges diz que a mulher também deve ser submetida a exames antes de qualquer procedimento adotado. "Depois de passar por uma criteriosa avaliação, o casal poderá ser bem aconselhado sobre prós e contras dos métodos disponíveis para que se tornem pais biológicos. Geralmente, o custo por nascimento no caso de a reversão da vasectomia ser bem sucedida é menor do que as técnicas de fertilização in vitro. De todo modo, trata-se de uma decisão que deve ser tomada entre os parceiros, em conjunto com o médico".
Para o especialista, os homens deveriam optar pela vasectomia apenas diante da certeza de não quererem mais filhos no futuro – o que, com a possibilidade de um segundo ou terceiro casamento, fica difícil prever. Diante das circunstâncias, uma alternativa viável seria recorrer à criopreservação do sêmen antes de prosseguir com a ligadura dos ductos seminais. Esse armazenamento costuma garantir a fertilidade de homens que irão se submeter a procedimentos que podem vir a prejudicar sua capacidade fértil – como o tratamento de um câncer, por exemplo. Sendo assim, podem ser úteis no caso de vasectomizados arrependidos.
Tempo da vasectomia vs chance de sucesso:
- Realizada há três anos: 97% de sucesso
- Realizada entre três e oito anos: 88% de sucesso
- Realizada entre nove e 14 anos: 79% de sucesso
- Realizada há mais de 15 anos: 71% de sucesso