Ainda mais raro de ser encontrado que o seu "parente" mais famoso, o faveiro-de-wilson – que recebeu esse nome em homenagem ao cientistas que a descreveram em 1969 – é uma espécie endêmica, encontrada apenas na região central de Minas Gerais, em cidades como Lagoa Santa, Sete lagoas e Matozinhos, e está na lista vermelha de espécies ameaçadas, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, em inglês). Ao longo dos últimos dez anos, o engenheiro ambiental Fernando Fernandes, da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte, tem se dedicado à procura de indivíduos dessa espécie por todo o estado.
"De 2003 até o momento, foram 10 mil quilômetros percorridos e apenas 240 árvores encontradas. Elas foram registradas em apenas 17 dos 853 municípios mineiros. Por conta disso, encontra-se no nível mais crítico da ameaça de extinção. Sua população é muito pequena, está em declínio, e presente numa área restrita", afirma o especialista, que observou, ainda, que a principal causa de seu desaparecimento é o desmatamento de seu habitat pelo homem, para produção de carvão e madeira, especialmente para o setor agropecuário.
Além do risco de seu ecossistema ser "engolido" pela urbanização, já que a região metropolitana de BH está se expandindo e crescendo vertiginosamente, o faveiro-de-wilson demora pelo menos 15 anos para atingir a maturidade e dar fruto pela primeira vez. Esse tempo de crescimento é considerado médio ou mesmo lento, o que faz com que não se consiga uma maior população dessa espécie.
No final de agosto, a Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte juntamente com Centro Nacional de Conservação da Flora do Jardim Botânico do Rio de Janeiro realizou uma oficina para propor as bases de um plano de ação para a conservação da espécie no país. Em médio prazo, o objetivo é tentar tirar o faveiro-de-wilson do nível mais crítico que uma espécie pode estar na lista vermelha da ameaça de extinção..