"Estamos conversando com o Ministério Público e o Ibama sobre os jacarés e seu plano de manejo. Queremos saber se eles oferecem risco à população, e se for comprovado isso, serão tratados da mesma forma que fizemos com as capivaras", diz Délio Malheiros, vice-prefeito e secretário de meio ambiente de BH. Porém, de acordo com o Ibama, até hoje, não foi registrada nenhuma ocorrência envolvendo os répteis e a população que vive no entorno da represa.
Para Daniel Vilela, coordenador do Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama em Minas Gerais, os répteis já habitavam a região muito antes do crescimento da cidade, e, provavelmente, chegaram à lagoa através dos ribeirões e córregos que desaguam nela. "Eles não oferecem nenhum risco às pessoas e estão muito bem adaptados ao ecossistema do local. Já registramos ninhos, filhotes e famílias inteiras em alguns pontos da Pampulha. Mas não sabemos quantos são os indivíduos dessa espécie", explica o especialista.
Apesar da poluição da represa, os jacarés-do-papo-amarelo – que é a espécie que habita a lagoa – se alimentam de peixes como tilápia e cascudo, e vivem pacificamente com os demais animais da região, como garças e marrecos.
A maior dificuldade para se realizar um trabalho de pesquisa com esses bichos, segundo Daniel Vilela, é que eles não vivem num local definido. Mas, para quem quer visitar os "exóticos" animais, um ponto mais fácil para avistá-los é perto do Parque Ecológico, por ser uma região com natureza mais abundante e preservada.