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Saúde

Vilão ou mocinho?

Segundo estudo da revista científica Nature, o uso indiscriminado de adoçantes pode predispor a diabetes e a obesidade

Fernanda Nazaré

Usado para controlar a diabetes e combater a obesidade, o uso indiscriminado de adoçantes pode trazer riscos à saúde - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Um estudo publicado na revista científica Nature apontou que o uso de adoçante pode favorecer a diabetes. O “açúcar sintético” e sem calorias é considerado, por muitos, uma saída para controlar a doença e combater a obesidade. Porém, nenhum estudo científico ainda atesta isso com 100% de precisão, é o que afirma o médico Rodrigo Nunes Lamounier, doutor em Endocrinologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e diretor clínico do Centro de Diabetes de Belo Horizonte.


A pesquisa, realizada pelo Instituto de Ciência Weizmann, em Israel, afirma que o uso contínuo de adoçantes pode causar intolerância à glicose – quando o organismo não produz insulina o suficiente e pode significar o primeiro passo para a diabetes. Foram realizados testes com camundongos e, como explica Lamounier, após ler o estudo, o que fica comprovado é a influência intestinal que os adoçantes exercem. “O adoçante eleva a microflora intestinal – 90% das células que temos no nosso organismo são bactérias e fungos. Hoje, existem vários estudos que mostram que a variação nessa microflora está ligada à obesidade e diabetes”, afirma. Ainda de acordo com o endocrinologista, o uso indiscriminado de antibióticos pode também alterar nossa flora intestinal e aumentar os risco para as mesmas doenças.

Para quem não dispensa o adoçante no dia a dia, qual é a quantidade diária permitida? O limite é o bom senso, recomenda Lamounier.

Para ele, o perigo está na forma de uso. “O adoçante é para ser usado em gotas, não em jatos”, e completa: “Os doces produzidos com adoçantes devem ser evitados, pois são feitos com uma quantidade elevada do produto”.

A diretora do Conselho Regional de Nutricionistas de Minas Gerais, Elizabeth Chiari, sugere o consumo dos alimentos na sua forma in natura. “Mas para quem não consegue, recomendamos o uso do açúcar mascavo, por ser também fonte de outros nutrientes”. Segundo a nutricionista, os adoçantes mais recomendados são os à base de sucralose ou stévia.


Conheça mais sobre cada tipo de adoçante e a quantidade recomendada

 

- Foto: Fonte: Manual de Contagem de Carboidratos, 2014 Centro de Diabetes de Belo Horizonte-CDBH

 

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