Revista Encontro

Comportamento

Você costuma gastar dinheiro real em jogos virtuais?

Sabia que isso pode se tornar um vício, e levar até ao endividamento? O Serviço de Proteção ao Crédito chama a atenção para o crescimento desse "universo", e dá dicas de como se evitar os "golpes" com cara de diversão

Da redação com assessorias
Candy Crush Saga, FarmVille, SongPop, Angry Birds, Instaframes, Iphoto...
Estes são apenas alguns exemplos de jogos e aplicativos virtuais que se tornaram febre e que nos ajudam a passar o tempo ou organizar as imagens em nosso celular. O que mais eles têm em comum? Como a maioria dos games, é possível utilizá-los gratuitamente até enquanto durarem suas vidas. A partir daí, quem quiser continuar conectado precisará desembolsar um determinado valor para garantir mais recursos ou chances de jogar.

É aí que surge a dúvida: aguardar o tempo de liberação de novas oportunidades para seguir adiante ou colocar seu dinheiro em algo supérfluo e desnecessário? E, pior, muitas pessoas acabam se endividando com essa "brincadeira". No entanto, calma, você não precisa correr para deletar os aplicativos de diversão do seu celular. Basta aprender a curtir virtualmente, com cautela.
 
O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) criou uma campanha para esclarecer a população e ajudar para que a diversão não vire vício, e a partir daí, um "rombo" no orçamento. "Existem jogos e aplicativos, mesmo entre os considerados 'gratuitos', feitos para manter os consumidores vidrados e, claro, faturar com isso.
Não à toa, eles têm aumento gradual de complexidade e, em determinado momento, o nível de dificuldade cresce drasticamente. Isso ocorre para tornar quase impossível ultrapassar etapas sem fazer um investimento. Fuja desse modelo de brincadeira, pois ele vai te fazer gastar, e possivelmente mais do que pode", diz o informativo do SPC.

O estudante de administração Douglas Markus é um exemplo das vítimas dos jogos viciantes. Aos 14 anos ele tinha o hábito de gastar dinheiro real em games, quando frequentava as saudosas lan houses (loja que permitem acessar computadores por preços pré-estabelecidos). Em pouco tempo, ele chegou a gastar toda a mesada nessa atividade. "Eram mais de R$ 100 por mês. Não importava mais qual era o jogo, eu precisava estar conectado e investia nisso. Eu já não saía com meus amigos e nem com a minha namorada, por que usava todo o dinheiro que tinha para jogar", conta.

Por sorte, o rapaz não se endividou. Mas, Douglas, que hoje está com 19 anos, reconheceu que precisava de ajuda e tomou uma medida radical: "Exclui todos os jogos do celular, pedi para o meu pai tirar a TV do meu quarto, cortar a internet e decidi procurar um psicólogo. Hoje, administro muito melhor o que ganho e não sinto falta da minha antiga vida".

O SPC Brasil lembra que o mundo virtual nunca deve se sobrepor à realidade. "De tanto jogar, você passa a considerar frutas, doces e cristais do game como algo valioso para o cumprimento de tarefas. Então, quando cobram um determinado valor por um conjunto desses apetrechos para ultrapassar uma fase complicada, você enxerga a quantia como irrisória pela conquista que será alcançada. Lembre que qualquer que seja a oferta de um jogo, ela nunca é barata o suficiente para ser paga com dinheiro de verdade", completa.
 
Confira alguns sintomas de quem está "viciado" em jogos virtuais:


Fonte: SPC Brasil.