De acordo com a pesquisa, o percentual de casos de conflitos aumenta de 16,7% para 22,7%, quando analisados somente os casais inadimplentes, ou seja, aqueles que estão com algum tipo de conta em atraso. Ao analisar apenas os entrevistados que estão adimplentes – sem nenhuma dívida – o percentual cai para 10,7%.
Na avaliação do educador financeiro José Vignoli, do portal Meu Bolso Feliz, os números mostram que grande parte dos problemas de relacionamento começa quando o assunto é dinheiro, mas nem sempre isso é percebido claramente pelos casais. "Na maioria dos casos, a situação financeira vem disfarçada nas discussões. Se falta dinheiro para uma saída, o problema pode ser percebido como falta de romantismo. Se não sobra para comprar roupas novas, o problema pode ser entendido como desleixo do parceiro. Se não há verba para levar os filhos ao cinema, então a justificativa é a falta de carinho e de atenção", afirma.
Para Vignoli, o dinheiro é o pano de fundo nas discussões e raramente se mostra de forma clara como o grande causador de conflitos. Além disso, segundo o especialista, o foco das brigas não é somente a falta de habilidade em lidar com os ganhos da família: o excesso de dinheiro também pode se transformar em problema.
Disciplina
Segundo a pesquisa do SPC, mais de um terço das pessoas entrevistadas (37,8%) deixam de poupar para realizar um sonho. Essa fato, segundo José Vignoli, é positivo, pois mostra como as pessoas sabem o que querem, mas é preciso executar o planejamento para conseguir conquistar os sonhos. "Muitas vezes, o planejamento vai justamente acusar onde a família precisa enxugar gastos para poupar. Nessa hora é preciso ter disciplina e buscar alternativas que unam a família em torno de um momento alegre e de um projeto desejado", orienta o especialista..