Segundo a rede de TV americana NBC, o Facebook já teria iniciado essa campanha entre suas funcionárias, e a Apple vai começar em janeiro. A ideia das gigantes da tecnologia é que as mulheres foquem em suas carreiras, e a decisão de não ter filho não afete uma possível gravidez tardia.
Quem está pensando em seguir essa lógica adotada pelas duas empresas americanas precisa pensar nos gastos envolvidos. O procedimento de congelamento de óvulos, nos Estados Unidos, custa cerca de US$ 10 mil, e exige uma taxa de US$ 500, por ano, para a manutenção do material. Além disso, a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva não possui dados que garantam uma qualidade reprodutiva para mulheres mais velhas que queiram usar um óvulo congelado.
A mulher que decide postergar a gravidez, sem usar a técnica de conservação do óvulo, pode ter problemas, já que, após os 35 anos, existe uma perda gradativa e natural da quantidade e qualidade do gameta feminino, e isso pode levar à infertilidade. "Congelar meus óvulos é uma idéia que me agrada. Tenho planos de, em breve, recorrer à técnica para preservar minha fertilidade, sem abrir mão da minha carreira", diz Anelise Duarte, 33 anos, gerente de uma multinacional no Rio de Janeiro.
Para o médico Selmo Geber, professor da UFMG e especialista em fertilização in vitro e embriologia, o congelamento surge como uma opção para uma gravidez tardia e bem-sucedida para aquelas que, em nome da carreira e do crescimento profissional, têm adiado o sonho da maternidade: "Atingimos uma taxa quase equivalente aos procedimentos realizados com óvulos frescos. Um número surpreendente".
Pesquisa feita pela Universidade de Nova York com 183 mulheres que tiveram óvulos congelados mostra que 19% delas teriam antecipado a gravidez, caso seus empregadores fossem mais flexíveis com relação à perda temporária de uma funcionária..