De acordo Rosamaria Peixoto Guimarães, presidente do departamento de neurologia da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), a síndrome não tem causa definida e o tratamento serve apenas para tentar combater o sono, por meio de medicamentos. "Sabe-se que é uma mutação genética. Mas, por ser muito rara, não há como estabelecer um padrão. Os pacientes diagnosticados teriam de ser estudados a vida inteira. Essa é a maior dificuldade quando se busca a cura para doenças consideradas incomuns", explica a médica.
Segundo a reportagem da BBC, existem aproximadamente 40 casos da Síndrome Kleine-Levin no Reino Unido, e cerca de mil em todo o mundo.
A síndrome é caracterizada por se manifestar na adolescência, por volta dos 13 anos de idade e, independentemente de se usar medicação, ela "desaparece" ao longo de 10 ou 15 anos. A comunidade médica também não sabe dizer por que os sintomas somem após esse período. Os afetados pela SKL também podem apresentar obesidade e alterações de humor.
Hipersonia
Outra doença semelhante à Síndrome Kleine-Levin é a hipersonia idiopática. Ela é menos grave que a síndrome da "Bela Adormecida", e por ser uma doença primária do sono, tem sua origem em alguma disfunção do sistema nervoso central.
O distúrbio é caracterizado por sonolência excessiva que começa, geralmente, entre os 15 e 25 anos, e segue de forma progressiva. Os pacientes relatam uma forte compulsão para dormir, mesmo após um sono de oito horas ou mais, e dificuldade em permanecer acordado, principalmente em ocasiões com pouca movimentação física – por exemplo, ao ler livros, assistir televisão ou aula.
"Na hipersonia primária, a pessoa dorme muito e não há uma causa identificável. A diferença dessa doença para a SKL é que a pessoa passa mais tempo acordada durante o dia, em alerta, o que causa menos prejuízo à vida social e profissional", explica a neurologista Rosamaria Guimarães..