No início deste ano, a Prefeitura de Belo Horizonte capturou 46 capivaras da lagoa para fazer exames sobre a presença da bactéria responsável pela febre maculosa, a Rickettsia rickettsii. As amostras de sangue foram enviadas para o laboratório da Zoonoses da cidade de São Paulo, e do total de indivíduos analisados, 28 apresentaram sorologia positiva para a doença.
Além do exame de sangue, o laboratório da Fundação Ezequiel Dias (Funed) recebeu amostras de carrapatos de 44 animais capturados (em outros dois não foram encontrados o aracnídeo). Até o momento, já foram liberados resultados de seis análises, e, destas, cinco apresentraram a presença de bactéria Rickettsia.
Agora, o futuro das capivaras infectadas vai depender de um protocolo a ser emitido pela secretaria de Saúde de Belo Horizonte. Enquanto isso, o secretário municipal de Meio Ambiente e vice-prefeito, Délio Malheiros, responsável pela captura e isolamento dos animais, prefere não se pronunciar oficialmente sobre o caso. Por sua vez, a secretaria de Saúde também afirmou que só vai se manifestar após a conclusão dos exames.
Exemplo de Viçosa
Quem já passou pelo mesmo entrave foi a Universidade Federal de Viçosa (UFV). A situação ficou insustentável quando os carrapatos das capivaras que viviam na mata do campus começaram a invadir os prédios.
O professor do departamento de Veterinária da UFV, Tarcízio Antônio Rego de Paula, realizou vasectomia nos machos e ligadura de trompas nas fêmeas, o que impediu novas gestações.
Em Belo Horizonte, a PBH cogita castrar ou remanejar os roedores para criadores comerciais (e serem abatidos com autorização do Ibama) ou para conservacionistas, como zoológicos. Soltar os bichos em outras áreas livres também é uma opção. Segundo o veterinário da UFV, é preciso saber se os roedores são hospedeiros dos carrapatos estrela antes de mudá-los de local para não disseminar o problema.