Como participante do movimento chamado Cinema Novo – que trouxe para o Brasil influências do neo-realismo italiano e da "nouvelle vague" francesa –, sua grande produção cinematográfica, como diretor, é o longa-metragem Toda Nudez Será Castigada, de 1973. Ela é baseada na obra anônima do jornalista e escritor Nelson Rodrigues, e apresenta uma análise mais humana das crises familiares e relacionamentos.
Sempre polêmico e contundente, Jabor fez um apanhando da história política do Brasil, não poupou críticas ao governo atual e traçou um cenário nada favorável para os próximos anos. "Vamos ver quem ganha. A avacalhação ou a sensatez da população cada vez mais bem informada".
Confira abaixo a entrevista que a Encontro fez com o cineasta:
Encontro - Em seu primeiro documentário, Opinião Pública, de 1967, a temática abordada era "como o brasileiro olhava sua própria realidade". E hoje, como é esse olhar?
Arnaldo Jabor - O Brasil, hoje em dia, é muito mais complexo do que naquela época. Os brasileiros só enxergavam uma realidade e se enganavam com isso. Hoje, temos acesso a mais informação, mas, mesmo assim, somos muito pouco informados.
Com tantos escândalos de corrupção, você acha que é momento de parar o Brasil?
Não sei. O que está acontecendo é um desastre geral. Esse governo não poderia estar no poder. Eles são incompetentes, têm uma ideologia completamente diferente do que a sociedade pede. Querem fazer um socialismo de quinta categoria no Brasil. Isso aqui vai virar uma catástrofe. O Brasil está debaixo de um desastre. Vamos assistir, agora, ao tamanho desse desastre.
A presidente Dilma alegou que a operação "Lava-jato" irá mudar para sempre o estado brasileiro e as empresas privadas. Você concorda?
Isso é uma mentira. A Dilma não tem nada com isso. Ela quer é botar a culpa nos governos anteriores.
Em sua opinião, as manifestações de 2013 serviram para quê?
Acho que as manifestações populares no Brasil foram um mistério sociológico. Não serviram absolutamente para nada, apenas para despertar os 'black blocs'. As pessoas não tinham uma posição clara, política.
Textos, supostamente seus, são disseminados nas redes sociais, diariamente. O que você acha disso?
Eu não tenho Twitter ou Facebook. Então, tudo que está lá, em meu nome, é mentira. Não tenho por que não preciso, já sou um 'blog vivo'. Eu falo todo dia na rádio, televisão e escrevo em 15 jornais. Acho que as redes sociais, atualmente, são um universo de pessoas desinformadas que fazem opiniões loucas e xingamentos. É o universo dos mal intencionados e desinformados..