O projeto vem sendo desenvolvido desde 2009 pela equipe formada por Christina Thâmera Soares Oliveira, Izabella Aparecida Luiz Ribeiro, Kamilla Alves Carvalho, Ludmilla Louise Cerqueira Maia Prates, Maria Fernanda Silveira Sales e Sandra Matias Damasceno. Além da casca do coco, o produto contém também glicerina, resíduo da indústria do biodiesel e a fécula de mandioca, um tipo de aglutinante natural. Em fase final de testes, a intenção do grupo de pesquisadoras é transferir a tecnologia para uma empresa interessada em produzir painéis de fibra de coco.
"O descarte e refino da glicerina é uma dificuldade para as usinas de biodiesel, elas estudam um destino correto para esse material já que ainda não conseguem níveis de purificação suficiente para que o mesmo seja destinado a outros processos produtivos como para indústria farmacêutica e de cosmético", conta Christina Soares Oliveira.
Entre as vantagens do uso do material está o baixo custo e disponibilidade de matéria prima. Durante o processo de produção não são liberadas substâncias tóxicas, como o uso de resina sintética – é o caso da fabricação de MDF.
"Em substituição a resinas sintéticas, utilizamos um polímero natural à base de fécula de mandioca e glicerina bruta, obtendo ótimos níveis de plasticidade e polimerização após a incorporação da liga à fibra de coco. Nosso objetivo era desenvolver a base de componentes disponíveis e baratos, um novo produto obtido por meio de um processo totalmente biodegradável", explica a pesquisadora.
Até agora, nos testes feitos em laboratórios, foi possível obter painéis feito com a fibra do coco em diversas espessuras, densidades e tamanhos, o que permite as mesmas aplicações do MDF, em situações que não exijam rigidez. No caso da Indústria moveleira, poderia ser usado, por exemplo, em componentes frontais, internos e laterais de móveis, fundos de gaveta e tampos de mesa, e ainda caixas de som.
(com Agência Sebrae).