O projeto é do vereador Juliano Lopes (SDD) e estabelece que as águas provenientes de chuveiros, banheiras, lavatórios, tanques ou máquinas de lavar, conhecidas como águas servidas, sejam direcionadas por meio de encanamentos próprios, com cores específicas, para reservatórios distintos e independentes dos que contêm água potável ou esgoto. O objetivo é que elas sejam utilizadas para a lavagem de pátios, escadarias, jardinagem e também no abastecimento das descargas dos vasos sanitários, sendo, então, descarregadas na rede pública de esgoto.
Antes de serem reutilizadas, as águas servidas deverão passar por tratamento, conforme preconiza a normatização da Associação Brasileira de Normas Técnicas, que disciplina e rege a matéria, de modo a garantir a eliminação de poluentes, desinfecção e polimento das mesmas.
De acordo com o vereador, o investimento necessário para a adequada reutilização das águas em uma unidade residencial seria de cerca de R$ 2.700, o que não chega a representar nem mesmo 1 % do valor médio de um imóvel residencial em Belo Horizonte. Ainda segundo Juliano Lopes, a diminuição da conta de água em decorrência da adoção do sistema de reutilização permitiria que o valor investido na aquisição dos equipamentos fosse recuperado em cerca de nove meses.
Que concorda com a medida é Eneida Magalhães, superintendente operacional da Copasa em Belo Horizonte, que chega a elogiar a proposta. "È necessário modificar a forma de agir em relação à água, rever conceitos e rever de forma rápida", diz. No entanto, ela pondera para a necessidade de manutenção periódica dos equipamentos de reciclagem, bem como para o papel fiscalizador que o poder público deverá cumprir para que as águas servidas sejam reutilizadas somente depois de passarem pelo tratamento adequado. "Essa será a garantia de que o reuso da água não ocasionará a propagação de doenças", completa.
Em fevereiro de 2015 a Câmara realizará um seminário público para discutir o uso racional da água na capital mineira.
(com Câmara Municipal de Belo Horizonte).