"O uso medicinal sob a forma de remédio tem de ser regulamentado imediatamente. Não se justifica deixar centenas, milhares de pessoas sofrendo, sabendo que há um remédio disponível e que as pessoas não têm acesso porque tem uma proibição", diz o senador.
Apesar disso, Cristovam conta que ainda não se sente seguro para apresentar, em seu nome, um projeto sobre o uso da maconha em forma de remédios. Ele chegou a encomendar à consultoria legislativa do Senado um projeto sobre o tema, que deve ser encaminhado à comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa. Quanto ao uso medicinal da maconha in natura, Cristovam diz que ainda precisa haver mais debate.
Uso recreativo
O senador também defendeu um debate mais aprofundado sobre o uso recreativo da maconha. A possibilidade de a erva induzir a doenças como a esquizofrenia e um eventual aumento do consumo e mesmo ao tráfico, com sua liberação, são pontos que o preocupam. Esses temas foram abordados na série de audiências realizada pela comissão do Senado nos últimos meses.
"Todas as audiências que eu fiz, e foram muitas, não me deixaram seguro de que a liberação não aumentaria o consumo.
Ele reconheceu que existem muitos grupos de pressão preocupados em influenciar uma decisão sobre a regulamentação da maconha. Além do lobby de religiosos, contra a liberação, donos de clínicas temeriam que as famílias parem de levar os usuários para tratamento. "Ninguém leva para a clínica psiquiátrica o menino que foi pego fumando um cigarro no banheiro. Maconha ainda leva para a clínica", pondera.
(com Agência Senado).