Quando os pais notam algum tipo de problema, é preciso conversar imediatamente com o pediatra, pois são sinais a investigar. Confira abaixo uma entrevista sobre o tema com as fisioterapeutas motoras Márcia Regina Vinhaes e Carla Trevisan, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira.
ENCONTRO – Como se dá o desenvolvimento motor durante a primeira infância?
MÁRCIA VINHAES E CARLA TREVISAN – O desenvolvimento infantil se inicia ainda na vida uterina, com o crescimento físico, a maturação neurológica, a construção de habilidades relacionadas ao comportamento e as esferas cognitiva, afetiva e social. A primeira infância, que abrange a idade entre zero a cinco anos, é a fase em que a criança se encontra mais receptiva aos estímulos vindos do ambiente e o desenvolvimento das habilidades motoras ocorre muito rapidamente. Neste período, principalmente no primeiro ano de vida, os primeiros marcos motores aparecem com o controle de cabeça, o rolar, o arrastar e mais tarde o sentar, o engatinhar e a marcha no final do primeiro ano.
Quais são as principais etapas desse desenvolvimento na criança?
A primeira etapa motora que o bebê deve alcançar é o controle de cabeça até três meses de vida. O rolar deve aparecer por volta dos cinco meses e o sentar sozinho aos seis. Aos oito meses, a criança deve assumir a postura sentada e, aos nove, deve engatinhar e se puxar para a postura de pé. Em torno dos 12 meses, a criança começa a andar livremente.
O que os pais podem fazer para estimular o bebê?
Desde o nascimento, os pais podem contribuir para estimular o desenvolvimento motor da criança oferecendo um ambiente rico de estímulos motores e sensoriais, como colocar o bebê livre num tatame, no chão, para que possa se movimentar e até rolar.
Como identificar o atraso no desenvolvimento motor da criança?
É importante que os pais fiquem atentos ao desenvolvimento de seu filho e observem se eles estão demorando muito tempo para atingir as etapas motoras nas idades esperadas. Além disso, outros sinais também são importantes de serem observados, como se a criança é muito "molinha" e não consegue se movimentar, nem segurar a cabeça; ou se tem os braços e pernas muito "durinhos", que também atrapalham os movimentos e as tarefas de higiene. Nestes casos, os pais devem conversar com o pediatra ou outro profissional de saúde que acompanha a criança, para os devidos esclarecimentos e, se necessário, o encaminhamento para uma avaliação fisioterapêutica mais detalhada..