Gilberto Pimentel é ainda mais duro ao dizer que o relatório traz uma "coleção de meias verdades, calúnias e mentiras inteiras, embaladas com pedaços de verdade cuja divulgação confirme a orientação socialista dos comissários". Ele critica também a ausência das ações de terroristas, guerrilheiros, sequestradores e assassinos "esquerdistas" no conteúdo do relatório apresentado à presidente Dilma Rousseff – que se emocionou ao discursar após receber os arquivos. "É peça requentada porque só confirma bandeiras preexistentes na esquerda brasileira. O relatório é tão risível e parcial quanto a CNV", reclama o general.
Como contrapartida à CNV, o Clube Militar publicou uma lista de 126 "vítimas" das ações dos grupos contrários à ditadura. "Os Clubes Naval, Militar e de Arenoáutica prestam homenagem póstuma aos 126 brasileiros que perderam suas vidas pelo irracionalismo do terror, nas décadas de 1960 e 1970. Suas histórias, absurdamente, foram desprezadas pela Comissão Nacional da Verdade, um desrespeito às suas memórias e aos seus familiares", afirma o texto do cabeçalho da lista divulgada pelos militares, que foi publicada em um jornal diário no Rio de Janeiro.
Por sua vez, o coordenador da CNV, Pedro Dallari, fez um apelo para que o Senado se comprometa a cobrar das forças armadas o reconhecimento pelas violações aos direitos humanos cometidas entre 1964 a 1985. O pedido foi feito durante audiência pública da subcomissão permanente da Memória, Verdade e Justiça e teve apoio do presidente do colegiado, senador João Capiberibe (PSB-AP).
Dallari diz que não tem dúvida do compromisso democrático das forças armadas contemporâneas.
(com Agência Brasil).