Revista Encontro

Meio ambiente

Diretor da Copasa diz que água pode acabar até agosto

Segundo representantes da empresa, se não chover em 2015 acima da média do ano passado, o sistema de abastecimento entrará em colapso

Que a situação do abastecimento hídrico em Minas Gerais está em crise, não é segredo para ninguém.
Em reunião na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na quarta-feira, dia 28 de janeiro, Rômulo Thomáz Perille, diretor de Operações Metropolitanas da Copasa, afirmou que se o índice de chuvas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), este ano, não for superior ao registrado em 2014, os mananciais podem secar completamente até o mês de agosto.

De acordo com o representante da Copasa, a situação dos reservatórios do estado é gravíssima. Ele explicou que os mananciais estão deteriorados e o índice dos armazenamento é de apenas 30%, enquanto em anos anteriores superava os 70%. "A ação imediata para controlarmos o problema é a redução do consumo pela população. Sobretaxas, rodízios de fornecimento e racionamento ainda podem ser adotados", alerta. Além de contar com o apoio da sociedade, Perille afirma que será implantado um plano de contingência que contempla a perfuração de novos poços artesianos, a ampliação da captação nas nascentes e a busca de pontos de vazamento e desperdício.

O presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), disse, na reunião, que a crise da água é global, mas alertou que os minerodutos têm agravado o problema em Minas Gerais. "Água vale mais que minério. Venho denunciando o risco de falta de água há mais de 20 anos na comissão e, em 2014, o prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda rechaçou esses alertas.
Agora não há como esconder a crise", reclama.

Ao final do encontro, foram aprovados diversos requerimentos relativos à crise hídrica. O deputado Durval Ângelo pede à presidente da república que o Parque Nacional do Gandarela, que tem mananciais que abastecem a capital e cidades da região metropolitana, incorpore outros 20% de área que ficaram de fora do seu decreto de criação; que o Ministério do Meio Ambiente realize vistorias e fiscalize as ações das mineradoras que atuam na RMBH; e que a mesa diretora da ALMG crie uma comissão permanente das águas.

(com assessoria da ALMG).