Para o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), o veto reflete a "sede de vingança" do governo, ao passar a conta da desarrumação da economia para o contribuinte. "O Executivo comete mais um abuso em cima do trabalhador que é essa não correção da tabela do imposto de renda pela inflação em 2014", afirma o parlamentar. Ele foi o autor da emenda que trazia o aumento de 6,5% na tabela do IRPF.
A inflação no ano passado, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), chegou a 6,41%, perto do teto da meta do governo (6,5%). O corte no reajuste do Imposto de Renda, feito pela presidente, aconteceu um dia após o aumento de impostos sobre consumidores e empresas nas áreas de combustíveis, produtos importados, cosméticos e operações financeiras para elevar a arrecadação em R$ 20,6 bilhões.
O executivo justificou o veto dizendo que o reajuste levaria à renúncia fiscal de R$ 7 bilhões, sem a estimativa do impacto orçamentário-financeiro. Pelo texto vetado, quem recebesse até R$ 1.903,98 ao mês estaria isento do imposto. Atualmente, a isenção é para quem ganha menos de R$ 1.787,77.
Para o deputado Mendonça Filho, a medida foi feita para aumentar a base de arrecadação do Imposto de Renda. "À medida que o governo corrige a tabela por um patamar inferior à inflação, ele amplia a base de arrecadação e tributa mais trabalhadores que eram isentos", reclama.
Já para o deputado José Guimarães (PT-CE), vice-líder do governo na Câmara, as medidas foram tomadas de acordo com a realidade brasileira e a economia é o foco dos debates do Congresso.
(com Agência Câmara).