Nas Olimpíadas de Londres, em 2012, uma pesquisa revelou que 18% dos atletas acreditam que problemas odontológicos exerceram impacto negativo nos seus resultados e 46,5% afirmaram não ter feito qualquer tratamento dentário no ano que antecedeu o evento. Desde então, há um consenso de que a saúde bucal tem de ser parte integrante da atenção que os atletas recebem em termos de saúde e bem-estar geral. Afinal, não é possível concentrar todos os seus esforços no esporte quando se está com dor de dente, inflamações ou infecções bucais.
De acordo com Hilton Tiba, coordenador técnico do Ministério dos Esportes, a saúde bucal deve ser entendida como parte da rotina dos atletas, já que sua falta afeta radicalmente a performance. “Atletas de elite exigem muito tempo e investimento com formas acessórias de melhorar seu desempenho. Através de cuidados odontológicos preventivos, que exigem pouco ou nenhum esforço extra, os ganhos marginais de desempenho são consistentes. Coisas como usar determinados cremes dentais já faz diferença, assim como aumentar os cuidados com a higienização bucal e o uso dos fios e fitas dentais”.
Outro ponto importante destacado por Tiba é que a rotina de treinos e a dieta alimentar desses atletas de alto rendimento podem contribuir para o surgimento de doenças orais.
Na opinião do especialista, uma boa solução é substituir as bebidas ácidas por água. Mas quando isso não é possível, o ideal é fazer bochechos com água em abundância logo após a ingestão dos isotônicos ou recorrer às gomas de mascar com açúcares alternativos, como o xilitol. “Atletas olímpicos, por exemplo, devem passar por um check-up odontológico a cada 12 meses, consultando um cirurgião-dentista especialista no esporte nesse ínterim em caso de dor ou desconforto".
Alguns técnicos preferem que as consultas odontológicas aconteçam sempre na pré-temporada, quando normalmente são realizadas as visias a outras especialidades, como medicina, fisiologia do exercício, nutrição, psicologia e fisioterapia..