Segundo Feliciano, o projeto tem a finalidade de mudar o cenário da adoção. “É de causar perplexidade, o elevado número de crianças e adolescentes à espera de adoção. Mais triste ainda, e cruel, é a constatação de que os adotandos negros, irmãos ou com mais de quatro anos de idade enfrentam uma espera ainda maior”.
O parlamentar lembra que um dos maiores obstáculos do sistema de adoções é o fato de a maioria das crianças e adolescentes disponibilizados não apresentarem as características esperadas pelas famílias inscritas no cadastro. “É grande a rejeição das famílias em adotar crianças e adolescentes de idade mais avançada, que têm irmãos, são morenas ou negras ou que apresentem problemas de saúde. Essa cultura torna o processo de adoção muito lento”, lamenta.
Uma das consequências na demora dos processos apontadas por Feliciano é o elevado número de famílias cadastradas se comparado ao de crianças e adolescentes precisando de adoção. “É lamentável saber que a sociedade brasileira ainda não conseguiu superar a barreira do preconceito e a acolher indiferentemente todas as nossas crianças e adolescentes".
Menos de 5% das crianças inscritas no Cadastro Nacional de Adoção têm entre zero e três anos de idade e 77% delas já passaram dos 10 anos, segundo pesquisa do Conselho Nacional de Justiça.
A proposta será analisada pelas comissões de Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
(com Agência Brasil)
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