De acordo com o vereador Tarcísio Caixeta (PT), apesar da crise já vir se anunciando e se agravando há vários meses, as informações sobre o esvaziamento dos reservatórios e as perspectivas de desabastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte a curto, médio e longo prazo não estariam sendo adequadamente prestadas à população.
A presidente da Copasa, Sinara Meireles Chenna, destacou como agravantes o comprometimento dos mananciais e a redução da vazão nos cursos d'água que abastecem o sistema, que juntamente com a inexistência de ações de prevenção por parte das administrações anteriores aumentam as chances da ocorrência de desabastecimento, caso as previsões de falta de chuvas na região sudeste se confirmem. Segundo as informações da gestora, a capacidade dos reservatórios poderá se esgotar em três ou quatro meses, demandando uma redução significativa e imediata no consumo de água.
Pelo relatório, o sistema Paraopeba, composto pelos reservatórios Serra Azul, Rio Manso e Várzea das Flores, que abastecem a região metropolitana, opera atualmente com 30% de sua capacidade. Dos três, o que apresenta a pior condição é o sistema Serra Azul, que está com apenas 5,73% de seu volume; o sistema Várzea das Flores está com 28,31% e o sistema Rio Manso, 45,06%. Diante do questionamento dos vereadores sobre a água utilizada pela mineração, indústria e agronegócio, a companhia de abastecimento esclareceu que, diferente do que vem sendo dito, 80% de sua clientela é composta por consumidores domésticos, tornando fundamental a participação de toda a população nos esforços pela economia.
Obras x racionamento
Para amenizar os problemas gerados pela escassez hídrica nos lares da capital e região metropolitana, a Copasa anunciou medidas de combate a perdas e desperdícios no sistema e a realização de uma intervenção imediata, que captará água do rio Paraopeba para o sistema Rio Manso, aumentando a disponibilidade do recurso. Além disso, estão previstas adequações no sistema Serra Azul, permitindo o tratamento da água captada. Apesar da urgência, segundo a direção da companhia, as obras emergenciais e campanhas de conscientização somente deverão estar concluídas e apresentar resultados em aproximadamente seis meses. Os projetos serão levados ao governo federal e à Agência Nacional das Águas, para obtenção de recursos.
Porém, se os índices pluviométricos continuarem baixos e não houver redução no consumo, Sinara Meireles Chenna explicou que a Copasa deverá solicitar junto ao Instituto Mineiro de Gestão das Aguas e à Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Agua e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais o reconhecimento formal da situação de escassez hídrica no estado possibilitando a aplicação, em último caso, de medidas como racionamento, rodízio, sobretaxas ou multas ao consumidor por volume excedido.
(com Assessoria da CMBH).