No artigo intitulado Angelina Jolie Pitt: Diary of a Surgery (Angelina Jolie Pitt: Diário de uma Cirurgia, na tradução livre), ela comenta a decisão. "Eu estava planejando isso há algum tempo. É uma cirurgia menos complexa do que a mastectomia, mas seus efeitos são mais graves. Ela coloca a mulher na menopausa forçada. Então, eu estava me preparando fisicamente e emocionalmente, discutindo as opções com os médicos, pesquisando medicina alternativa, e mapeando os meus hormônios para substituição de estrogênio ou progesterona", conta.
Angelina foi tratada pela mesma médica que cuidou de sua mãe, que morreu de câncer no ovário.
Palavra de especialista
O fato de ter um histórico de câncer na família não significa que as pessoas devam procurar um médico para a retirada de órgãos que possam ser afetados pela doença. O oncologista Alexandre Pieri Chiari, da clínica Oncomed, explica que o caso de Angelina Jolie é uma exceção. "Uma pequena fração da população possui mutação dos genes BRCA 1 e BRCA 2. A Angelina representa essa parte da população, por isso, ela se submeteu ao procedimento de risco. A retirada das mamas, trompas e ovários vão reduzir muito a chance de ela ter câncer. Entretanto, a população precisa saber que o caso de Jolie é uma exceção, e não, uma regra", explica o especialista.
Todo ser humano possui os genes BRCA 1 e BRCA 2, cuja função é impedir o surgimento de tumores por meio da reparação de moléculas de DNA danificadas. Quando um desses genes sofre mutação, ele perde essa capacidade protetora e deixa a pessoa mais suscetível ao aparecimento de tumores malignos como câncer de mama, de ovário e de próstata.
Estima-se que apenas 0,1% da população possua os genes BRCA 1 ou BRCA 2 modificados. Portanto, Alexandre Chiari não recomenda que as pessoas saiam pesquisando o gene indiscriminadamente. "A existência de câncer em um familiar não pressupõe que você tenha essa mutação genética.