Ainda segundo o estudo, a homeopatia pode representar perigo para os pacientes. "Pessoas que escolhem a homeopatia podem colocar a saúde em risco se rejeitarem ou postergarem tratamentos alopáticos para os quais há evidências de segurança e eficácia", aponta o comunicado. O conselho analisou 57 revisões sistemáticas que testaram a homeopatia em comparação com outros tratamentos. Ao todo, foram avaliados 176 estudos individuais.
A prática da homeopatia chegou ao Brasil em 1840, por meio do médico francês Jules Benoit Mure, e consiste na premissa de que as mesmas substâncias que provocam uma determinada doença também podem levar à cura, desde que sejam usadas em doses muito pequenas. O tratamento foi criado e desenvolvido há quase 200 anos pelo médico alemão Christiano Frederico Samuel Hahnemann.
Contraponto
O presidente da Associação Médica Homeopática de Minas Gerais (AMHMG), João Márcio Berto, questiona os métodos adotados pelo estudo australiano. "O primeiro ponto é que a pesquisa foi encomendada por uma empresa, cercada de interesses.
As pesquisas sobre a eficácia da homeopatia ainda são escassas, apesar do tratamento já ser utilizado há quase 200 anos. Segundo João Márcio Berto, falta financiamento de estudos na área. "Não existe interesse econômico das empresas e nem do governo para apoiar as pesquisas. Portanto, é difícil de medir os resultados porque eles são subjetivos. Temos de observar se a qualidade de vida da pessoa que foi submetida ao tratamento homeopático melhorou. São raríssimos os casos em que os pacientes que não ficam satisfeitos", diz o presidente da AMHMG. .