Embora as regras ainda não estejam definidas, o presidente do Vasco da Gama, Eurico Miranda, adiantou que o mecanismo já é aplicado pela Federação Paulista. "Foi aprovado o que foi usado pela Federação Paulista. Quem reclamar, que encaminhe ao tribunal desportivo, exatamente como funciona em São Paulo", explica o dirigente.
Eurico Miranda descartou a possibilidade do jogador, com atrasos nos salários, deixar de fazer denúncia para não ficar vulnerável no clube e correr o risco de ser prejudicado. "Se não quer denunciar quem te faz mal, o que pode fazer? O cara tem que denunciar", completa.
O dirigente, que é favorável à medida, no entanto, indicou que a questão dos atrasos precisa ser aprofundada, como discutir os salários elevados de jogadores e treinadores. "Esse negócio de pagar em dia, sou favorável. Falei de um problema que precisa ser discutido.
Na saída da reunião houve divergência se a medida já será aplicada imediatamente. Para o presidente do Cruzeiro, Gilvan Tavares, não é possível que ela possa ser adotada no Campeonato Brasileiro de 2015. Ele explicou que a Federação Internacional de Futebol (Fifa), prepara novas normas de punição para os clubes que não pagarem em dia. Ele lembrou que no Brasil, se houver três meses de atraso, os atletas têm o direito de se liberar do clube. Mas, o dirigente ponderou que o estatuto do torcedor determina que não pode haver alteração para aplicação imediata.
"Esse negócio de perda de ponto, não vão conseguir colocar isso nem em legislação civil. Isso é regra de regulamento da competição. O Estatuto do Torcedor não permite que se mude de um dia para outro. Precisa, no mínimo, de dois anos de validade de um regulamento. Não pode trocar o regulamento na hora que você quiser. O que foi pedido é o fairplay para os clubes passarem a pagar os salários em dia", analisa o presidente do Cruzeiro.
No site da CBF, o presidente eleito da instituição, Marco Polo Del Nero, avaliou que a criação do Fairplay Trabalhista representa um passo importante e decisivo para uma melhor organização do futebol brasileiro. Ele acrescentou que a aprovação foi por unanimidade, independentemente da votação da Lei de Responsabilidade Fiscal que está em tramitação no Congresso Nacional.
(com Agência Brasil).