"A curvatura do pé depende do desenvolvimento da criança e até mesmo do estímulo do andar para se formar. Por isso, só confirmamos o diagnóstico aos quatro anos de idade", diz o ortopedista, que atua no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas, em São Paulo.
Se ainda assim a queixa persistir, os pais devem procurar um ortopedista para avaliar não apenas a anatomia, mas a rigidez e o incomodo que o paciente sente. "Isso porque o pé pode, de fato, ter menos arco medial, mas não causar sintomas à criança. A intervenção médica só é recomendada quando há dor ou calosidade", explica o especialista.
Quando a condição interfere apenas no andar, ou se trata apenas de uma questão estética, a cirurgia não é indicada, pois, de acordo com Bruno Massa, é preciso respeitar a mecânica natural de cada indivíduo. "Uma das causas mais frequentes de fratura em atletas ocorre quando o técnico tenta modificar o modo como a pessoa corre. Isso aumenta o estresse em estruturas que antes não estavam preparadas para isso, gerando lesão em vez de melhorar a performance", exemplifica o ortopedista.
Bota e palmilha resolvem?
A antiga resolução para o pé chato ficou no passado.
O que, de fato, surte efeito na opinião do especialista é deixar que a criança ande descalça desde pequena, em terrenos diferentes. A meia antiderrapante não vale. Só mesmo com o pé no chão o bebê vai se acostumando às diferentes texturas, temperaturas. "Isso fortalece a musculatura intrínseca do pé e diminui a incidência de pé plano", diz o especialista.
Bruno explica que pés planos são flexíveis e amortecem muito bem, por isso, outra recomendação é optar por calçados mais firmes, com bicos arredondados. Também não custa nada lembrar que o uso de salto alto é recomendado apenas na adolescência, quando já se atingiu maturidade óssea.
(com Portal EBC).