"A campanha do Unicef ressalta o valor do leite materno, mas não recomenda a amamentação cruzada. Se analisarmos a atividade somente pelo aspecto nutricional, ela não é contraindicada, pois o leite materno é, sem dúvida, o melhor alimento para o bebê, mesmo quando não é da própria mãe. O risco está na possibilidade de contaminação, que é muito grande, e pode colocar a vida da criança em perigo", explica o especialista.
O leite materno é o alimento mais completo e dispensa outro tipo de dieta até os seis meses de vida. Em casos raros, pode apresentar variações e não fornecer todos os nutrientes necessários. "É extremamente incomum uma mãe não produzir o leite adequado ao seu filho. Em algumas situações, em que ela apresenta desnutrição grave ou doenças próprias da mama, pode haver menor produção do que o desejado ou com menos nutrientes", afirma o nutrólogo.
Segundo o vice-presidente da Abran, "na impossibilidade da amamentação, o mais indicado é que a mãe possa usar uma complementação com uma fórmula infantil adequada para a idade". Além disso, elas têm à disposição os bancos de leite, que seguem todos os procedimentos de avaliação e de segurança para que não ocorra nenhuma transmissão de doenças infectocontagiosas.
"Em outros casos, como da produção de um leite pobre em DHA, por exemplo, ela deve procurar um especialista que pode indicar o consumo adequado de fontes de ácidos graxos e Omega 3 para reverter o processo", conta o médico. A recomendação, de acordo com Carlos Alberto Nogueira, é que as mães que não conseguem amamentar os filhos adequadamente procurem um especialista para tentar descobrir a origem do problema e, primeiramente, tentar reverter a situação. Caso contrário, elas devem seguir as orientações do pediatra, procurar os bancos ou as fórmulas infantis mais adequadas. .