De acordo com o parlamentar, estima-se que 390 milhões são pequenos animais como sapos, cobras, aves e mamíferos de pequeno porte, 55 milhões são animais como lebres, gambás, macacos, jiboias, tartarugas, entre outros, e 5 milhões são de grandes animais, tais como onças, onças-pardas, lobo-guará, tamanduá-bandeira, lontras, canídeos e outros felinos de várias espécies.
O professor e pesquisador da Universidade Federal de Lavras (Ufla) e coordenador do Centro Brasileiro de Ecologia de Estradas (CBEE), Alex Bager, diz que estes números são apenas estimados e podem estar muito aquém da realidade.
Em comparação, Bager mostra que nos Estados Unidos, onde este monitoramento é mais preciso, cerca de 340 milhões de aves silvestres são atropeladas por ano. "E os EUA possuem 880 espécies de aves. Nós possuímos 1.700 espécies. A verdade é que nós não sabemos o que está havendo no Brasil. Não conhecemos nem mesmo o resultado dos trabalhos realizados para mitigar estes desastres", afirma o professor da Ufla.
Segundo o pesquisador, não é apenas a sobrevivência destes animais que está em jogo pela falta de um maior cuidado ecológico nas nossas estradas, mas a vida humana. "Registram-se mais que 13 mil acidentes por ano com mortos e feridos envolvendo animais silvestres", conta Bager.
Comportamento animal
O parlamentar observa ainda que algumas pesquisas têm relatado que a presença da rodovia afeta o comportamento de animais, sendo que alguns evitam a rodovia devido às perturbações do tráfego (ruído, produtos químicos, luminosidade); outros permanecem na borda da rodovia, sem levar em conta o tráfego; e por fim, os animais que somente evitam a rodovia quando há algum carro trafegando.
"De todos os impactos, o atropelamento é o mais evidente.
A gerente do Núcleo de Meio Ambiente da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Janice Cabus, observa que, além do aspecto ecológico, é preciso observar também o econômico. O custo de uma passagem inferior de fauna, que permite a migração segura dos animais de um lado a outro da estrada, aumentaria o custo e a manutenção destas estradas em milhares de reais. Custo que de teria de ser repassado aos usuários por meio de pedágios.
O representante da Universidade Federal de Lavras concorda que estas passagens pedem muitas pesquisas e áreas exaustivamente estudadas. "Nós temos pelo menos um caso que pede urgência – disse – É na BR 101, no Rio de Janeiro, em área habitada pelo mico leão dourado. Precisamos gerar conectividade para estas populações", assinala Bager.
(com Agência Câmara).