A explicação mais difundida sobre as origens da associação do dia 1º de abril ao Dia da Mentira diz respeito à alteração do calendário juliano. Ele era usado pelos romanos, que celebravam o início de cada ano no primeiro dia de abril. A data ficava próxima ao quinócio de primavera, que acontece entre os dias 20 e 21 de março, ou seja, representava a vida que ressurgia do inverno. Em muitos lugares da Europa era celebrado também o festival da anunciação, no dia 25 de março, como parte das festividades pelo ano que se iniciava.

Porém, em 1582, o papa Gregório XIII criou um novo calendário, que ficou conhecido como gregoriano, e que é usado até hoje. nele, o primeiro dia do ano passou a ser 1º de janeiro. Ainda em 1582, a França passou a adotar o novo calendário, mas, segundo crendice popular, muitas pessoas insistiam em não aceitar a mudança, e continuavam celebrando o Réveillon em 1º de abril. Com isso, os franceses passaram a brincar com esses tradicionalistas enviando recados para os "tolos" ou pregando peças neles.

Com o tempo, a prática se espalhou pela Europa e por todas as colônias, incluindo o Brasil. Aliás, por aqui, o Dia da Mentira ganhou força devido a uma publicação que circulava em Minas Gerais no século XIX. Lançado em 1º de abril de 1828, o jornal A Mentira chegou gerando polêmica: noticiou a morte do imperador Dom Pedro I, o que, claro, foi desmentido pelas autoridades logo em seguida. O periódico durou até 1849, mas a mania de pregar peças em leitores, internautas, amigos e parentes perdura até hoje.

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