Dos 133 países que participaram na pequisa da Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 25% possuem planos nacionais de resposta à resistência antimicrobiana, um fato que alarma a comunidade médica e sanitária, como revelou a OMS em relatório divulgado recentemente.
"Esse é o maior desafio das doenças infecciosas atualmente", diz Keiji Fukuda, diretor-geral assistente de segurança da saúde da OMS.
Além da falta de capacidade de monitorar e estudar essa resistência, em muitos países, um dos maiores problemas identificados é a venda liberada de antibióticos sem prescrição, aumentando o seu uso excessivo e diminuindo, desta forma, sua eficácia.
O relatório destaca ainda o fato de muitas pessoas acreditarem que o uso de antibióticos é eficiente contra infecções virais, além da carência de programas para prevenir o contágio de infecções hospitalares.
A publicação, que inclui dados estatísticos de todos os governos participantes, mostra avanços neste sentido. No entanto, Fukuda afirma que é preciso fazer mais para evitar "perder a capacidade de praticar medicina e tratar de doenças comuns e sérias".
Nas Américas, 26 dos 35 estados-membros da região participaram da pesquisa, incluindo o Brasil. No entanto, apenas três países informaram possuir um plano nacional multissetorial para lidar com a resistência microbiana e poucos monitoram o desenvolvimento dessa resistência nos humanos. Além disso, em 18 países, remédios antimicrobianos sãos vendidos sem prescrição médica.
(com Agência ONU).