Este dado foi demonstrado num estudo da Universidade da Califórnia, em que epidemiologistas analisaram os dados de mais de 20 mil pessoas que eram adventistas do sétimo dia. A opção por essa religião tem uma explicação. Como mostra Fábio Cardoso, os adventistas são cristãos que possuem um estilo de vida saudável se comparados com a sociedade ocidental moderna. "Eles não fumam, não consumem bebidas alcoólicas e tentam levar suas vidas o mais saudável possível. Foi por esses preceitos que os epidemiologistas se interessaram em acompanhá-los", explica o médico.
Os pesquisadores monitoraram 12.017 mulheres e 8.280 homens, todos adventistas, por um período de seis anos. Como pré-requisito, todos os participantes estavam saudáveis, sem doenças no momento em que aceitaram participar do estudo.
Desde a entrevista inicial, um dado chamou a atenção dos pesquisadores: a grande quantidade de água que eles consumiam diariamente. Entre os homens, o consumo era de mais de cinco copos de 240ml de água, o que reduzia em 40% o risco de eventos cardiovasculares graves. Já entre as mulheres, apesar do consumo dos mesmos cinco copos, a redução foi de 35%.
Com isso, os pesquisadores procuraram outras relações para explicar a redução do risco de problemas cardíacos, como idade, pressão arterial, índice de massa corporal, exercício físico, consumo de castanhas (oleaginosas) e grãos integrais na dieta. Independente de todos esses fatores, quanto mais água eles consumiam, menores os riscos de infartos fatais ou doenças cardiovasculares.
Com relação a outros líquidos, como café, chás, refrigerantes ou sucos adoçados, o efeito "protetor" não se mostrou presente. E pior, o consumo de refrigerantes e sucos industrializados adoçados, na verdade, acabou piorando os riscos de doenças cardíacas.
De acordo com os pesquisadores, a "proteção" gerada pela água se dá porque o sangue fica "menos grosso", o que reduz a chance de surgirem trombose – obstrução aguda nas artérias –, fator de risco para os infartos..