Revista Encontro

Ciência

Fóssil de 70 milhões de anos é encontrado no Triângulo Mineiro

O esqueleto de anfíbio, de uma espécie de sapo que viveu na região de Peirópolis, está em exposição na UFTM

Da redação com assessorias
A paleontologia brasileira está em festa.
No dia 22 de maio, o público pôde conhecer o fóssil da espécie Uberabatrachus carvalhoi, uma rã que habitou a região de Peirópolis, que fica na cidade de Uberaba (MG), há 70 milhões de anos. O esqueleto e a perspectiva de como seria o animal está em exposição no Complexo Cultural e Científico de Peirópolis (CCCP) que faz parte da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).

O fóssil da rã foi encontrado em 2002, num bloco de rocha, no complexo arqueológico de Peirópolis. A descoberta se deu em laboratório, quando os cientistas preparavam a rocha – o material estava agrupado com outro fóssil de dinossauro.  As informações sobre a espécie foram publicadas na revista australiana Gondwana Research, em 2012, num trabalho conjunto realizado por pesquisadores da UFTM e do Museo Argentino de Ciencias Naturales de Buenos Aires.

Homenagem

O nome da espécie Uberabatrachus carvalhoi é uma homenagem ao paleontólogo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Ismar de Sousa Carvalho, que realizou diversos trabalhos de descrição de espécies fósseis em parceria com a Universidade Federal do Triângulo Mineiro.

A rã Uberabatrachus carvalhoi viveu a 70 milhões de anos na região de Peirópolis, a 21 km de Uberaba, no Triângulo Mineiro - Foto: L. Adolfo/UFTM/Divulgação

"Ele foi o responsável pela descrição de diversas espécies descobertas aqui na região de Uberaba. Esta foi uma forma de homenagear uma pessoa que colaborou ativamente com as pesquisas do Complexo Cultural e Científico de Peirópolis", afirma o geólogo Luiz Carlos Borges Ribeiro, professor da UFTM.

A espécie de rã media cerca de oito centímetros de comprimento, possuía cabeça grande, curta e larga. Vivia em lagoas e córregos e se alimentava de pequenos insetos, larvas, e outros invertebrados. As características da espécie são semelhantes às encontradas em rãs e sapos neotropicais atuais.

"Assim como os anfíbios viventes, a espécie tinha uma membrana timpânica grande, perto dos olhos, que capitava as vibrações sonoras do ambiente. Os membros eram adaptados para saltar grandes distâncias, e seus olhos possuíam uma membrana protetora e retrátil, chamada membrana nictante, que mantinha a umidade.
Além disso, a espécie possuía uma extensa língua retrátil e pegajosa capaz de capturar sua presa instantaneamente", explica Thiago Marinho, professor e também supervisor do CCCP/UFTM..