A distonia se caracteriza por movimentos involuntários, que podem levar a ações de torção ou posturas anormais do indivíduo. De origem genética ou associada a outras enfermidades, como doença de Parkinson, infecções e traumas diversos. A síndrome que afeta o sistema neurológico acomete pessoas de qualquer faixa etária.
Os espasmos provocados pela doença podem afetar uma única parte do corpo, como os olhos, o pescoço, os braços ou as pernas (distonias focais); duas partes, como o pescoço e tronco (distonias segmentares); um lado inteiro do corpo (hemidistonia); ou praticamente o corpo todo (distonia generalizada).
Segundo Péricles Tey Otani, médico fisiatra pela Universidade de São Paulo, a distonia ainda é alvo de preconceito por parte da sociedade. "Além de afetar a autoestima do paciente, ao impossibilitá-lo de realizar tarefas do seu dia a dia, muitas pessoas quando presenciam os movimentos involuntários podem ter conclusões equivocadas sobre o paciente e tratá-lo de forma discriminatória. Sem o tratamento correto, a doença pode evoluir para formas incapacitantes, levando a dificuldades para andar, escrever, comunicar-se e enxergar", explica o especialista.
No mundo, a incidência da doença pode chegar a até 7 mil casos para cada milhão de habitantes. Um dos casos mais famosos é o do maestro João Carlos Martins, portador de distonia focal nas mãos – responsável por tirá-lo da função de pianista por alguns anos, passando a atuar como regente de um modo muito peculiar.
Um doa ratamentos mais comuns é a aplicação de toxina botulínica A, feita diretamente no músculo e que consegue inibir a contração muscular involuntária. A aplicação, que pode ser refeita de 3 a 5 meses, relaxa o músculo afetado e melhora a dor associada, o que possibilita, em alguns casos, que o paciente possa realizar tarefas cotidianas antes limitadas..