O que difere um sangue do outro é uma molécula de açúcar presente nos tipos A, B e AB, e que está ausente no tipo O. Pode parecer sutil, mas essa camada de carboidrato é entendida pelo organismo como uma ameaça, caso a pessoa receba sangue diferente do seu. A pesquisa dos cientistas americanos chegou ao desenvolvimento de uma enzima capaz de quebrar a molécula de açúcar, resolvendo, parcialmente, o problema da incompatibilidade.
O próximo passo a ser dado pelos pesquisadores da British Columbia é tornar a enzima mais potente, fazendo com que o sangue alterado fique idêntico ao tipo O – eliminando, assim, qualquer possibilidade de rejeição pelo organismo.
Avanço
A hematologista Suely Rezende, do Hospital das Clínicas de Belo Horizonte, diz que a descoberta dos norte-americanos é um grande avanço para a Medicina: "Atualmente, além do problema da escassez nos bancos de sangue, é necessária uma análise profunda do material antes das transfusões, o que atrasa em muito os procedimentos de urgência, como algumas cirurgias. Se for resolvido o problema da compatibilidade, o atendimento será muito mais rápido, com maior chance de salvar a vida dos pacientes".
No entanto, a especialista ressalta que a nova técnica deve demorar para ser inserida na rotina médica. Segundo ela, a pesquisa ainda será aprimorada e, posteriormente, passará por uma fase de testes, primeiramente em animais, para que o 'novo sangue' possa ser aplicado no organismo humano..