O psiquiatra alerta para a complexidade da presença do álcool na sociedade brasileira. Para ele, o primeiro contato com as drogas começa na adolescência por meio do exemplo dado pelos pais e familiares. Desta forma, defende que assim como tem sido feito com o combate ao tabaco, é preciso informar mais e restringir o acesso às bebidas, assim como proibir a propaganda desses produtos.
Segundo Sérgio de Paula Ramos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que o uso nocivo do álcool resulta em 2,5 milhões de mortes a cada ano, sendo o terceiro maior causador de perdas de jovens no mundo. "As orientações da OMS são: regular mercado de bebidas, principalmente para os jovens; regular a disponibilidade e o acesso às bebidas; implementar políticas apropriadas sobre os riscos de beber e dirigir; taxar e aumentar o preço do produto; e desenvolver políticas publicas de combate ao uso", conta o especialista.
Nos Estados Unidos, segundo o psiquiatra, o consumo de álcool vem caindo devido às políticas públicas. Em 20 anos, a redução teria atingido 50% dos jovens. O resultado passaria pelo aumento da percepção de risco do consumo, o que as propagandas brasileiras não permitem. "No Brasil, os dados de álcool e violência são alarmantes.
Maconha
Outra preocupação do psiquiatra é o aumento excessivo do uso da maconha, cuja legalização vem ganhando força em todo o mundo. No Brasil, diz ele, 62% das pessoas que experimentam maconha, o fazem antes dos 18 anos. "Isso gera prejuízo do desempenho escolar, perdem QI até os 25 anos, causa dependência, aumenta chance de envolvimento com outras drogas e apresentar sintomas psiquiátrico", afirma. Sérgio lamenta que a indústria, em busca de vantagens financeiras, vem transformando a legalização da maconha como uma forma de substituir o mercado do tabaco. "A indústria da maconha vai movimentar cerca de R$ 300 bilhões ao ano, se for legalizada", alerta.
(com Assessoria da ALMG).