Lígia enfatiza que o problema começa com a divulgação do carnaval e do futebol do Brasil. "Existe uma lógica de mostrar mulheres bonitas. Às vezes, eles vêm aqui até com outros fins, mas veem a impunidade, o fácil acesso à meninas e meninos, ou seja, situações de vulnerabilidade. Eles se perguntam: 'por que não?' E aí acaba acontecendo mais uma situação de exploração sexual de crianças e adolescentes", reclama a psicóloga.
Para o coordenador-geral de Proteção à Infância do Ministério do Turismo, Adelino Silva Neto, desde 2004 o governo está executando um programa que atua para coibir a prática, e é chamado de Turismo Sustentável e Infância.
Ele informa que a iniciativa prevê seminários e campanhas para sensibilizar e conscientizar a população da gravidade do problema da exploração sexual. "Nós temos campanhas permanentes, e, atualmente, a que está em vigor é a Proteja Brasil, Não Desvie o Olhar, que vamos trabalhar até depois dos Jogos Olímpicos.
Principal destino
Segundo o deputado Alex Manente (PPS-SP), que solicitou a audiência na Câmara, o Brasil é uma das rotas preferenciais do turismo direcionado à exploração de crianças e adolescentes no mundo. Segundo estudo de 2011 da organização não governamental Coletivo Vida Mulher de Recife, três mil meninas são prostituídas a cada verão na capital pernambucana, sendo que uma em cada três tem menos de 18 anos. Já na cidade de São Paulo, houve 6.391 registros de casos pelo Disque Denúncia, apenas em 2013.
(com Agência Câmara).