O sistema foi desenvolvido pelo cientista britânico Roger Shawyer e funciona por meio do eletromagnetismo, sem necessidade de se usar um combustível. A probabilidade de se alcançar uma velocidade exorbitante foi verificada em testes feitos no vácuo, pela Nasa. "Viajar para a Lua em até quatro horas seria possível. A velocidade teria que ser de, aproximadamente, 100 mil km/h, o que pode vir a ser viável com esse tipo de motor", confirma o astrônomo Peter Leroy, professor do departamento de Física da PUC Minas.
Dobra espacial?
Algumas pessoas chegaram a afirmar que o EMDrive poderia trabalhar com as chamadas dobras espaciais, tal qual a nave Enterprise, do filme Jornada nas Estrelas. Ou seja, cria-se uma espécie de "bolha" envolta da nave, que a faria se deslocar pelo espaço com velocidades inimagináveis, sem se preocupar com distância ou tempo.
Porém, de acordo com o professor Peter Leroy, a ideia é inconcebível para esse tipo de motor.
Ainda segundo o físico, com os motores de dobras espaciais, o homem poderia chegar em Alfa Centauri (estrela mais brilhante da constelação de Centauro), que está localizada a 40 trilhões de quilômetros da Terra, em apenas uma semana. Com um veículo espacial comum, usado nos dias de hoje, esse tempo se elevaria para 400 mil anos. "O motor de dobra é o sonho de todas as pessoas que amam Jornada nas Estrelas . Não é uma coisa imediata, para daqui 10 anos. Vai levar tempo", prevê Peter.
Utilidades
Apesar de refutar a possibilidade da dobra espacial, o professor da PUC Minas considera o EMDrive uma grande aquisição. "Não existem naves espaciais voando sem combustível. Se você conseguir um motor capaz de mover a nave usando energia eletromagnética, seria incrível. Sem contar as velocidades possíveis, que seriam bem altas, já que você não existe atrito no espaço", destaca o físico. No entanto, ele alerta que o uso do eletromagnetismo não faria com que uma espaçonave chegasse à velocidade da luz (que é de 300 mil quilômetros por segundo)..