O mutismo seletivo é mais comum na infância. As estimativas atuais apontam que uma em cada 150 crianças, no Reino Unido, sofre com o problema. No Brasil, não há uma pesquisa específica, mas a psicoterapeuta Maria Luíza Rocha afirma que a taxa é maior do que as pessoas imaginam. "Os pais se questionam porque na presença de certas pessoas, a crianças trava. O comportamento dela muda porque ela se sente ameaçada", explica a especialista.
Esse distúrbio psicológico pode estar relacionado à baixa auto-estima, elevada timidez, ansiedade e a traumas sofridos na infância.
"Ela se torna muda naquele assunto, que não quer revelar por algum motivo. Pode ser uma pessoa que ofereça ameaça, ou alguma experiência traumatizante. Ela não consegue se expressar", diz a psicoterapeuta. No entanto, se a criança "trava" na presença do próprio pai, não significa que ele a tenha mal-tratado ou cometido algum abuso. Às vezes, pode ser por uma associação que a criança faz pelo tom de voz, gestos ou por qualquer outro motivo.
Tratamento
A ludoterapia é uma técnica psicoterápica de abordagem infantil baseada no conceito de que a brincadeira é um meio natural para as crianças se expressarem. Esse método é muito utilizado para acompanhar pessoas com fobia de falar. Por meio de desenhos, jogos, fantoches, é esperado que o paciente recupere a auto-estima e modifique a percepção acerca das pessoas.
"A criança não vai, necessariamente, falar para você que está vivenciando tal situação. Mas, ela pega um fantoche e um bonequinho e vai contando uma história. Às vezes, é mais fácil para a criança formar uma família de bichinhos do que de boneco, porque estes são muito parecidos com os humanos", destaca Maria Luíza Rocha..