"Os riscos de problemas cardiovasculares aumentam no inverno porque, com a queda da temperatura, diversos hormônios que atuam sobre o sistema circulatório podem apresentar aumento de atividade pela simples exposição do corpo ao frio intenso. O resultado dessas alterações metabólicas é a contração das artérias, que leva ao aumento da pressão arterial e da frequência e intensidade das contrações cardíacas, sobrecarregando ainda mais o coração e o aparelho circulatório", esclarece o cardiologista Luiz Guilherme Velloso, do Hospital São Camilo, de São Paulo.
Embora a temperatura baixa seja um fator muito importante, não é a único. "A poluição atmosférica e infecções respiratórias aumentam nessa época do ano, podendo precipitar ou agravar problemas no coração. Além disso, a diminuição dos níveis de vitamina D no organismo, devido a menor exposição ao sol, pode desempenhar um papel significativo no desenvolvimento de doenças cardiovasculares. As taxas de colesterol também apresentam variação sazonal, com pico nos meses mais frios, assim como o fibrinogênio e a adesividade das plaquetas, que podem gerar a formação de coágulos nos vasos sanguíneos", explica o especialista.
Segundo Velloso, algumas medidas simples podem auxiliar a prevenir o problema. "Nessa época do ano, é preciso minimizar a exposição ao frio excessivo, expor a pele ao sol, manter uma alimentação e hidratação equilibradas, evitando consumo excessivo de gorduras, sal e bebidas alcoólicas, praticar atividade física regular e prevenir as infecções respiratórias com a administração de vacinas contra gripe e pneumonia", recomenda o cardiologista..