Revista Encontro

Tecnologia | Meio-ambiente

E se o carro fosse movido a água?

Ideia de paulista, que criou uma moto que usa o hidrogênio proveniente da água como combustível parece ser excelente, mas, é viável?

Vinícius Andrade
Certamente a gasolina está na lista dos principais inimigos da natureza.
Encontrar um combustível sustentável e eficiente é o sonho de qualquer consumidor. Que tal um recurso de fácil acesso? Algumas pessoas têm utilizado um mecanismo que utilzia o hidrogênio proveniente da água, por meio da reação chamada de hidrólise, e que faz o veículo funcionar. Os adeptos desse sistema afirmam que o carro pode percorrer até dois mil quilômetros por litro. Será verdade?

Em São Paulo, um motociclista ganhou repercussão internacional por utilizar a água como combustível para sua moto. Com um reservatório, um sistema de tubos e uma bateria de carro, que produz eletricidade e separa o hidrogênio do oxigênio, o motor do veículo é capaz de funcionar normalmente.

Além do baixo custo econômico, o sistema é uma opção altamente sustentável, já que a combustão do hidrogênio gera apenas vapor d’água, ao contrário dos combustíveis fósseis, que liberam muito CO2, um gás muito poluente.

Assista ao vídeo com o "inventor" brasileiro (em espanhol):



Por enquanto, só sonho...

Segundo o engenheiro mecânico José Eduardo Mautone, professor da UFMG, o mecanismo realmente funciona, mas é inviável. Ele explica que a energia para "quebrar" a água (seprar o hidrogênio e o oxigênio) é muito maior do que a gerada pelo motor, para fazer o veículo funcionar. "Você consegue produzir o hidrogênio e impulsionar o veículo, mas verá que o motor está gerando menos energia do que consumindo, porque grande parte foi usada para quebrar a água.
Não tem jeito de manter isso funcionando", aponta o especialista.

De acordo com o professor, o hidrogênio é uma boa alternativa, pode até melhorar o desempenho do veículo, mas o que impede sua viabilidade econômica é a conservação de energia. "O motor só consegue aproveitar 30% da energia que está no combustível. O restante é perdido em forma de calor, para a atmosfera", destaca o engenheiro..