As pílulas são distribuídas pelo SUS desde os anos 1990, mas a mudança é que, agora, o Ministério da Saúde decidiu unificar o atendimento. Não é necessário que um médico especialista no tratamento da Aids prescreva o remédio. O procedimento, agora, passa a ser o mesmo para todas as pessoas que enfrentam alguma situação de risco de contágio.
A profilaxia pós-exposição, como o tratamento é chamado, pode ser utilizada tanto para médicos e enfermeiros que tiveram contato com sangue de paciente, quanto para vítimas de violência sexual ou pessoas que tiveram relação íntima desprotegida.
Segundo o infectologista Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, para o medicamento ter eficácia, ele deve ser consumido, no máximo, até 72 horas após a exposição ao vírus, e deve ser utilizado ao longo de 28 dias. "Com o uso da pílula, a chance de transmissão reduz a índices próximos de zero", afirma o especialista.
O infectologista destaca que, quanto antes a pessoa tomar o remédio, maior a chance de eliminar o vírus do organismo. "A Medicina já levantou a hipótese de buscar a cura da Aids por meio dessa pílula, mas ainda está na fase de estudos", conta Estevão Urbano.
Porém, a profilaxia do "dia seguinte" pode apresentar alguns efeitos colaterais como diarreia, náusea, vômito e gastrite. O infectologista afirma que uma medicação sintomática normalmente resolve o problema. "Raramente as pessoas têm que interromper o tratamento", completa o especialista..