Revista Encontro

Comportamento

Papa Francisco envia apoio a autora italiana de livro censurado

A publicação que mereceu o apoio papal faz parte da lista proibida pelo prefeito de Veneza, na Itália. O livro em questão, Piccolo Uovo, trata dos novos formatos de famílias

João Paulo Martins
Após a polêmica dos 50 livros proibidos pelo prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro, e que gerou uma reação em cadeia na internet, incluindo celebridades como o cantor pop Elton John, agora, uma dessas obras acaba de ganhar um apoio de peso: do papa Francisco.
O sumo pontífice enviou uma nota de apoio à escritora italiana Francesca Pardi, que é autora do livro Piccolo Uovo, uma das publicações que foram consideradas impróprias para as crianças, segundo o político veneziano.

Piccolo Uovo, ou Pequeno Ovo, fala sobre os modernos formatos de família, por meio do personagem principal, que parte numa jornada para entender o significado dos relacionamentos. O livro mostra diversas formações familiares, incluindo um casal gay de pinguins, um hipopótamo que é pai solteiro, cães de raças diferentes que se relacionam, e até cangurus que adotam filhotes de urso.

"Sua santidade está gratificada pelo gesto profundo e pelos sentimentos que a publicação invoca. Esperamos sempre as ações frutíferas em prol dos jovens e pela divulgação dos valores genuinamente humanos e cristãos", escreve Peter B. Wells, executivo da Secretaria de Estado do Vaticano, a pedido do papa Francisco, segundo o jornal britânico The Guardian.

A carta é datada de julho deste ano, e é uma resposta aos livros e ao depoimento da censura coemtida em Veneza, enviados por Francesca Pardi ao líder da Igreja Católica. A escritora italiana disse ao The Guardian que não esperava ter um retorno do papa, e ficou surpresa ao receber a carta em sua casa, em Milão. "Não que eu ache que ele está do lado das famílias gays, pois existe a doutrina católica, e sim, por que não devemos pensar que não temos nossos direitos. Nós respeitamos os católicos.
Muitos deles retribuem esse respeito. Então, porque não podemos ter a hieraquia da igreja conosco?", diz Pardi..