Depois de quase dois anos treinando em São Paulo, o comandante espanhol pediu para deixar a cidade porque perdia muito tempo nos quilométricos engarrafamentos da metrópole paulistana. Pela lógica, o novo destino seria a lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, mas a agitada noite carioca não agradou o técnico. Curitiba foi descartada em razão do clima, muito distinto do calor carioca. A Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, também não foi uma boa opção devido à poluição das águas.
Jesús, então, foi surpreendido pela bela lagoa que é conhecida como "Santa". Depois de analisar todas as condições, o treinador decidiu que a cidade mineira seria o destino dele e de seus comandados na preparação para as Olimpíadas de 2016. "No início, os atletas não gostaram muito, mas, agora, eles adoram.
O técnico assumiu o comando da seleção brasileira de canoagem em abril de 2013, e, em pouco tempo, vem colhendo bons frutos. O sucesso repentino, evidenciado pelas conquistas no Pan 2015, agrada, mas não satisfaz o treinador. As Olimpíadas do Rio são as "meninas dos olhos" do "gringo" de personalidade forte. "A gente está entre os melhores do mundo, mas, ano que vem é diferente. Se eu não conquistar medalhas, ficarei envergonhado", diz o treinador, em referência ao maior evento esportivo do mundo, que acontece no próximo ano.
O objetivo almejado pelo estrangeiro o faz suportar com menos sofrimento a saudade da família e amigos que ficaram na Espanha e na Colômbia. Focado nas medalhas, ele encara a distância com bom humor. "Me chamo Jesus, mas não estou em todos os lugares. Não dá para estar na Colômbia, Espanha e Brasil ao mesmo tempo. Porém, estou aqui para uma missão", destaca o exigente treinador..