Os casos de automedicação preocupam médicos e organizações de saúde em todo o mundo. Em julho deste ano, a FDA (Food and Drug Administration) – órgão do governo americano responsável pelo controle de alimentos e medicamentos – emitiu uma nota pedindo aos fabricantes de analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios que reforcem, em suas embalagens, os avisos sobre os riscos que essas substâncias podem causar. Os problemas gerados pelo uso indevido desses remédios incluem parada cardíaca e derrame cerebral.
Segundo o médico Oswaldo Fortini, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica de Minas Gerais, a automedicação é um ato extremamente arriscado, sobretudo por conta do autodiagnóstico, que é, "quase sempre, incorreto". "A medicação por conta própria é condenável. Tomar um anti-inflamatório deliberadamente, para tratar dor na garganta, por exemplo, é muito arriscado, porque não se sabe a causa da enfermidade. Caso seja uma infecção bacteriana, não irá resolver e, ainda, pode trazer consequências graves para a saúde", explica o médico.
Entre os prejuízos causados ao organismo pela utilização incorreta de medicamentos, sobretudo os anti-inflamatórios, o clínico-geral Oswaldo Fortini cita lesões no estômago, como a úlcera, e, até mesmo, insuficiência renal. "A automedicação pode trazer danos irreversíveis ao organismo.