Revista Encontro

Bem-estar

Comida e água não diminuem a ressaca, dizem cientistas

Estudo feito com quase mil universitários mostra que apenas a quantidade de álcool ingerida pode mudar as consequências da temida ressaca

João Paulo Martins
Você é uma daquelas pessoas que diz ser imune à ressaca? Ou, ao contrário, não pode beber um pouco a mais, já que acorda no dia seguinte com enxaqueca e enjoo? Independentemente de sua condição, de acordo com cientistas, comer alimentos gordurosos, tomar vitamian C ou vários litros de água, não são o melhor caminho para evitar os indesejados efeitos da ressaca.

Essa afirmação é resultado de um estudo apresentado por pesquisadores canadenses e holandeses no congresso ENCP, de neurociência aplicada, que aconteceu no início de setembro deste ano em Amsterdã, na Holanda.
Os cientistas responsáveis pela pesquisa analisaram a rotina de "bebedeira" de 826 estudantes universitários holandeses, para determinar até que ponto a mistura entre alimentação e bebida e a quantidade de álcool ingerida influenciavam a ressaca.

"Em geral, nós encontramos relações diretas entre a quantidade de bebida e o efeito da ressaca. A maioria dos estudantes que disseram não ter vivenciado a ressaca contaram que beberam uma menor quantidade. Na verdade, essa menor quantidade pode estar relacionada ao limite de álcool necessário para gerar a temida ressaca", diz Joris Verster, da Universidade Utrecht, um dos responsáveis pelo estudo, durante apresentação no ENCP.

Já em relação ao consumo de comida e água antes e durante a ressaca, os cientistas chegaram à conclusão de que isso não gera efeito, na prática. "Aqueles que comeram e beberam água apresentaram uma leve diferença no quadro da ressaca em comparação com aqueles que apenas ingeriram álcool. Mas, isso não significa uma diferença que deva ser levada em conta. A única medida que percebemos para evitar a ressaca é consumir menos álcool", completa Joris Verster..